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Copa de 2014 em risco

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A FIFA e o governo brasileiro sempre tiveram uma relação tensa a respeito do cumprimento do cronograma de obras. Mas agora um novo, imprevisto e explosivo elemento foi adicionado a essa relação: a insatisfação popular que se espalhou pelo Brasil inteiro. Com os acontecimentos, sobretudo nas últimas 48 horas, a não realização da Copa de 2014 no Brasil passa a ser um dos cenários possíveis.

No Rio, nesta madrugada de quinta para sexta, ninguém dormiu direito. Nem nas favelas nem na Zona Sul. Principalmente aqueles que são pais, cujos filhos jovens estavam todos na manifestação na Candelária, estiveram grudados até de madrugada no celular e nas redes sociais acompanhando a caçada dos manifestantes que a PM fez de forma indiscriminada pelo Centro, Lapa, Laranjeiras, Aterro do Flamengo Largo do Machado, Glória e Catete.

A TV Globo, suspendendo até mesmo sua programação de novelas, passou a transmitir sem interrupção as cenas da repressão cuja extensão e violência, já se sabe, foi muito maior que a ocorrida em São Paulo na semana passada.

Mas ainda que a TV não estivesse presente nos fronts, vivemos outra realidade. Agora a população registra tudo com seus smartphones e posta nas redes sociais. E as cenas atestam, de forma inapelável, como manifestantes pacíficos foram truculentamente caçados.

A PM com mão pesada invadiu bares, restaurantes, ônibus e até hospitais. O despreparo e a truculência da força policial contra manifestantes pacíficos, e até mesmo contra passantes, estão registrado aos milhares nas redes sociais. Há vídeos que mostram até mesmo PMs fumigando spray de pimenta e em luta corporal dentro do hospital Rocha Faria. Em alguns pontos da cidade, os vândalos se aproveitaram da situação e, além do quebra-quebra, promoveram arrastões colocando os manifestantes pacíficos espremidos entre dois absurdos.

Para Copa de 2014 faltam ainda seis estádios e um sem número de obras para serem completados em 12 cidades. Mas essas questões de infraestrutura começam a ser vistas como secundárias. A Copa das Confederações começa a se tornar conhecida como a Copa das Manifestações. Nesse contexto, a não realização da Copa de 2014 no Brasil passa para a condição de cenário possível.

A matéria saída no Financial Times na tarde de quinta –feira, portanto antes mesmo da turbulenta e violenta noite no Rio, já deixava antever algo na perspectiva deste cenário. E agora?

Como disse Garrincha ao Feola: “faltou combinar com os russos!”


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